Reiki é algo de verdadeiramente
extraordinário e completo – tem uma filosofia de vida que nos leva a
crescer como uma pessoa melhor, permite o autotratamento e ainda
o cuidar do outro.
Desde estes últimos anos que a prática tem
sido cada vez maior – mais pessoas a aprender, mais mestres, mais terapeutas.
Tal acontece porque Reiki é simples e é para todos.
Neste processo, os praticantes e o público
que usufrui da prática depara-se com algumas situações que, ou não têm a melhor
resposta ou ainda não há uma resposta conclusiva – Será que o Reiki cura? O
Reiki trata? É uma pílula milagrosa? É um embuste, um placebo? É uma prática
credível?
Vamos por tópicos.
Reiki cura?
A cura é a total transformação de uma
condição de ausência de saúde, para um estado de plena saúde. É a descoberta da
causa, a irradicação dessa questão e dos seus sintomas. Muitos praticantes
conhecem casos onde a condição da pessoa se alterou por completo e se
transformou para um estado de saúde plena.
Mas, vamos reflectir na base dos cinco
princípios – Será que devemos nos considerar os únicos facilitadores dessa
cura? Será que foi realmente o Reiki que curou? Nada mais aconteceu?
Quem proclama que Reiki cura, é também capaz
de proclamar que o Reiki falhou numa cura?
Quando queremos ter uma postura de terapeuta,
ou seja, daquele que ministra com alegria um tratamento, precisamos também
reconhecer os nossos limites e compreender toda a amplitude de uma doença, da
condição humana e do próprio Reiki. Dizer que apenas o Reiki curou é
menosprezar o aspecto de autocura do próprio corpo ou do trabalho conjunto com
outras medicinas ou terapias, ou até da própria mudança da pessoa em relação à
doença.
O Reiki traz equilíbrio
a todas as nossas dimensões, dentro do possível da resposta que o nosso próprio
corpo pode dar – a homeostase. Nesse processo, sim, o Reiki auxilia no processo de cura. Auxilia, não quer
dizer que por si cure. São muitos os estudos que estão a ser feitos, pelo menos
desde 1999 mas ainda com resultados pouco conclusivos. Há que dar também tempo
à ciência para compreender melhor a subtileza da energia.
Portanto, nesta questão, o que podemos
responder é que Reiki auxilia no processo de cura e que é uma terapia
complementar.
Apenas como nota, é preciso ter algum cuidado com as declarações que se fazem.
O Reiki não está regulamentado mas o praticante que proclame que
realiza curas pode ainda ser alvo de um processo judicial, por parte
de um cliente insatisfeito.
O Reiki trata?
Curar e tratar são duas coisas muito
distintas. A cura é o encontrar da origem do problema e a sua solução. O
tratamento é a técnica para se atingir a cura, que nem sempre pode acontecer.
O Reiki tem técnicas para tratamento. É um
método japonês com 21 técnicas tradicionais, umas para desenvolvimento pessoal,
outras para cuidado a outros ou autocuidado.
Por tudo isto, sim, o Reiki tratar, o
terapeuta de Reiki é um cuidador. O sucesso do seu trabalho, esse depende de
imensos factores.
É uma pílula milagrosa?
Não, de forma alguma. Novamente a mesma
resposta que no caso de o Reiki cura. Muitas vezes observamos a dor a
desaparecer quase instantaneamente, a depressão a reduzir, o alívio das
emoções, o feedback positivo na redução dos efeitos secundários de um
tratamento agressivo. Noutros casos, não ajudou a aliviar a dor de cabeça, não
resolveu o problema no joelho, nem deu as direcções de vida que a pessoa
procurava. Coloquei apenas alguns exemplos pelos quais quem tem muita prática
já passou por elas. Numa consulta de Reiki, há todo o tipo de procura e todos
os tipos de situação acontecem. Mas, Reiki não é uma pílula milagrosa, pelo que
saiba, ainda não há uma pílula milagrosa.
É um embuste, um placebo?
Esta questão surge em vários contextos, desde
os irados, aos céticos, aos revoltados, aos que perderam a esperança. Até
próprios praticantes deixam de acreditar e por vezes isso tem a ver com a sua
falta de prática, com o seu medo de trabalho interior, ou simplesmente porque
foram mal ensinados.
Existe este artigo muito
interessante sobre “Reiki mais uma patetice”
que é uma pequena tradução do artigo do Dr. Edzard Ernst. Acho
muito curioso as razões indicadas para ser um embuste. Como não sou nem
académico nem cientista, deixo apenas algumas referências de estudos,
incluindo a tese do Dr. Ricardo Monezi.
Acredito que com tempo, a ciência terá um
outro olhar sobre o Reiki e métodos para avaliar esse trabalho.
É uma prática credível?
Dependerá de quem estiver a praticar.
Quando costumo dizer que “vocês são o rosto
do Reiki”, não é apenas por dizer uma frase bonita, ela representa uma grande
realidade. A prática que realizam é que dá ou tira valor ao Reiki e ao que ele
representa. Da parte da Associação Portuguesa de Reiki, tentamos mostrar a
importância da autoregulamentação através de um código de ética, de uma norma
da prática e de todo um conjunto de materiais e esclarecimentos sobre a
prática. Mas, no momento de uma terapia, não é a associação que lá está, é a
pessoa, o praticante e aí, nas suas mãos tem o Reiki.
Ainda falta um longo caminho para o
reconhecimento da prática. Muitas vezes o problema nem está do lado do Estado
ou das instituições mas sim de alguns praticantes que gostam de colocar o Reiki
numa posição que é bastante delicada. Estão no seu direito, pois é a sua visão,
mas…
Colocar o Reiki num patamar de “Reiki cura”,
é estarem sujeitos não só a uma incompatibilidade de aceitação por parte de
profissionais de saúde como de instituições e até pessoas que podem considerar
como charlatanice;
Colocar o Reiki como uma
prática meramente espiritual é reduzir a prática e todos os praticantes a um
pequeno conceito, principalmente quando existe uma quase iliteracia em relação
ao que é espiritual. Tendo Portugal um passado religioso e espiritual ainda
conflituoso, leva a situações desconfortáveis, ficando sujeitos a considerações
e ataques por parte de movimentos religiosos, também eles pouco conhecedores
do que é o Reiki, apegando-se apenas a algumas experiências muito convenientes;
Quando difamam outros praticantes para
colocarem os seus pontos de vista como certos, apenas estão a dar razão a quem
diz que “afinal há princípios mas não os praticam”;
Querem fazer parecer que as Associações
seguem é interesses de farmacêuticas (uma boa comédia) ou quaisquer outros, quando
nem se dão ao trabalho de ver o trabalho que realizam, a doação que fazem e a
motivação.
Então, temos mesmo que
nos concentrar no que é mais importante. Sentir Reiki, expressar Reiki. Tentar
ultrapassar as questões de ego, que essas sim pedem reconhecimentos e
“capacidades de cura” e mostrarmos como o Reiki realmente faz a diferença em
nós (em primeiro lugar) e nos outros.Não é preciso falar muito,
basta colocar as mãos.
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