Quantas
vezes não fomos atrás de situações apenas como uma fuga da realidade? Uma
observação verdadeira, honesta, revela-nos muitas vezes esse carácter, “se o
outro precisar de mim, eu estarei melhor, serei útil”. Então e se o outro não
precisar de nós? Não seremos mais úteis? Não teremos mais valor?
Precisamos mudar este eixo de
perspectiva. Quando olho para mim mesmo, tenho que saber reconhecer o meu
valor, por mim mesmo e não necessitar de o equiparar à quantidade de acções que
faço pelos outros, muitas vezes em prejuízo de mim mesmo. Não vamos pensar
nesta situação como egoísmo pois essa é uma realidade totalmente diferente. Ser
solidário comigo mesmo é compreender o que eu tenho para dar e o que eu tenho
em falta, é compreender em que medida eu posso completar-me e preencher-me sem
ir ter com o meu próximo vazio, à espera que um acto me preencha. Ser solidário
com os outros não é o caminho da piedade mas sim o da compaixão e
para isso, temos que estar fortes interiormente.
Reflecte de que forma és solidário e se o és contigo mesmo?
Só por hoje, sê calmo, abranda, pára, sente e pensa; confia em
quem és e estrutura-te; agradece pela oportunidade de estares contigo mesmo e
de te apoiares, quando tantos são inconscientes disso e continuam a sofrer sem
saber porquê; trabalha honestamente em tudo o que fizeres e pára a tua doação
se ela estiver vazia, tudo tem o seu tempo; sê bondoso contigo, pois de outra
forma nunca o poderás ser verdadeiramente com os outros.
Só por hoje, sê solidário contigo para poderes ser solidário com
os outros.
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