Faz
parte de qualquer pessoa o querer crescer. Mudar hábitos, transformar padrões,
aprender a ser feliz, construindo uma outra consciência, compreendendo quem se
É e como se É.
Na sabedoria budista, encontramos “Os Oito Versos que
Transformam a Mente” que remonta a cerca do século XII. Estes oito versos são
recitados diariamente por vários budistas, incluindo o Dalai Lama, para atingir
o estado de bodisatva.
Coloco
estes oito versos com títulos e comentários meus, apenas uma perspectiva
pessoal. Os versos em si estão colocados de forma directa, apenas adaptados
para português.
A aprendizagem do bem supremo
O bem supremo é a consciência do que é melhor para
todos. É um Bem nem sempre facilmente entendido porque ultrapassa o nosso
desejo. Quando desejamos o bem supremo, para benefício de todos, elevamos a
consciência.
1º verso
Com a
determinação de alcançar
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.
O bem supremo em benefício de todos os seres sencientes,
Mais preciosos do que uma jóia mágica que realiza desejos,
Vou aprender a prezá-los e estimá-los no mais alto grau.
Construir a humildade
O respeito pelos outros ajuda-nos a construir a humildade. O
aceitar como somos e o que sabemos, o aceitar o que os outros são e o que
sabem. Quando entregamos o máximo respeito ao nosso próximo, vivemos sem o
desejo autodestrutivo da competição e passamos a ter uma consciência de grupo,
de humanidade.
2º verso
Sempre
que estiver na companhia de outras pessoas, vou aprender
A pensar em mim como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.
A pensar em mim como a mais insignificante dentre elas,
E, com todo respeito, considerá-las supremas,
Do fundo do meu coração.
Examinar a mente
Quando desenvolvemos a consciência do observador e aprendemos a examinar a mente, compreendemos melhor as
nossas acções e reacções, sabendo ou aprendendo a transformar as emoções
negativas em positivas.
3º verso
Em todos
os meus actos, vou aprender a examinar a minha mente
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.
E, sempre que surgir uma emoção negativa,
Pondo em risco a mim mesmo e aos outros,
Vou, com firmeza, enfrentá-la e evitá-la.
Consideração por todos, principalmente os
ignorantes
Das coisas que mais nos custa é suportar a injustiça, o ataque à
nossa integridade, a barbárie. Neste verso, pede-se que tenhamos consideração,
apreço por todos os seres de natureza perversa. Tal só é possível com compaixão, compreendendo que tudo o que é perverso é
apenas ignorante e por isso segue um caminho destrutivo e ao mesmo tempo
autodestrutivo. Temos que cortar, transformar o caminho de acção/reacção.
4º verso
Vou
prezar os seres que têm natureza perversa
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.
E aqueles sobre os quais pesam fortes negatividades e sofrimentos,
Como se eu tivesse encontrado um tesouro precioso,
Muito difícil de achar.
A aceitação
Na continuação do quarto verso vem a aceitação. Parece-nos
improvável dar a vitória a quem nos calunia mas isso porque estamos a
interpretar com orgulho. Na serenidade,
sabemos que tudo é impermanente e que se reagirmos violentamente, a violência
vem-nos devolvida. A “derrota” é a compreensão. Se tal nos aconteceu foi porque
ainda há uma qualquer fragilidade em nós que a permite. Quando oferecemos a
vitória, essa vitória é nossa, porque crescemos com a aprendizagem.
5º verso
Quando
os outros, por inveja, maltratarem a minha pessoa,
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.
Ou a insultarem e caluniarem,
Vou aprender a aceitar a derrota,
E a eles oferecer a vitória.
A aprendizagem na ofensa
Este é um tema muito comum na prática de Reiki. Aprendemos a dar
com amor incondicional,
sem nada esperar mas nem sempre é assim. Muitas vezes surge o desejo da cura ou
há sempre algo que queremos de retorno, nem que seja algo que consideramos
simples, um obrigado. Quando esse retorno não acontece, surge a descompensação.
Quando doamos verdadeiramente em amor incondicional, sabemos que nada disso é
preciso. Fizemos o nosso próprio acordo interior. É difícil por isso a
necessidade de praticar com atenção este verso.
6º verso
Quando
alguém a quem ajudei com grande esperança
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.
Magoar ou ferir a minha pessoa, mesmo sem motivo,
Vou aprender a ver essa outra pessoa
Como um excelente guia espiritual.
A compaixão
A compaixão ensina-nos a auxiliar os outros a atingir a felicidade
mas também sem nos prejudicarmos a nós mesmos. Quando se fala em tomar os males
e sofrimentos, não significa martirizarmo-nos desnecessariamente mas sim
aceitar as situações
e transformá-las para
o bem supremo de todos.
7º verso
Em suma,
vou aprender a oferecer a todos, sem excepção,
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram as minhas mães.
Toda a ajuda e felicidade, por meios diretos e indiretos,
E a tomar sobre mim, em sigilo,
Todos os males e sofrimentos daqueles que foram as minhas mães.
O caminho da libertação
Compreender como tudo é impermanente e a importância do nosso
crescimento na direcção de nós mesmos e dos outros é trilhar um caminho de
liberdade. Não é fácil, não é de um momento para o outro. Tudo requer
vigilância e trabalho.
8º verso
Vou
aprender a manter estas práticas
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenómenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.
Isentas das máculas das oito preocupações mundanas,
E, ao compreender todos os fenómenos como ilusórios,
Serei libertado da escravidão do apego.
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