O Reiki – técnica de imposição de
mãos desenvolvida no final do século XIX pelo teólogo japonês Mikao Usui – pode
ser uma ferramenta auxiliar no tratamento de doenças?
Muitos garantem, sem pestanejar, que
pode. Mas a confirmação científica dessa possibilidade começa a se
consolidar agora, a partir de pesquisas como a do biólogo Ricardo Monezi, da
Universidade Federal de São Paulo, que indica interferência favorável da
técnica no tratamento de animais de laboratório com câncer.
Segundo Monezi, o Reiki age
positivamente na redução do nível de estresse, uma das possíveis causas do
surgimento, agravamento e até comprometimento do tratamento de doenças crônicas
como o diabetes.
Durante cinco anos, Monezi conduziu
uma pesquisa com camundongos para saber se o Reiki interferiria positivamente
no tratamento contra o câncer. Ele montou três grupos de camundongos. O
primeiro não recebeu tratamento; o segundo recebeu tratamento falso – a
imposição de mãos foi feita com a colocação de luvas presas a duas hastes de
madeira; e o terceiro foi tratado com Reiki.
Monezi analisou o comportamento dos
linfócitos – que são os responsáveis pela defesa imunológica do organismo –
frente a um tumor e concluiu que os ratos submetidos ao Reiki mostraram aumento
da capacidade de enfrentar a doença. O mesmo padrão foi observado com tumores
mais agressivos. Os animais foram submetidos ao Reiki durante quatro dias, em
sessões de 15 minutos.
Segundo o biólogo, esses resultados
afastam a hipótese de que o sucesso do tratamento seja resultado de sugestão
psicológica. A próxima etapa de sua pesquisa será observar o uso do Reiki em
seres humanos. A intenção é verificar se o Reiki pode colaborar para reduzir o
estresse e melhorar a imunidade de pacientes idosos, que muitas vezes sofrem
baixa em sua resistência.
A palavra Reiki significa Energia
Vital Universal. Seus criadores basearam-se na crença de que a energia liberada
por um praticante de Reiki envolve o paciente, atuando sobre seu corpo físico.
Do ponto de vista físico, explica o
pesquisador, o ser humano é constituído por energia – o que pode ser observado,
por exemplo, no eletrocardiograma, que mede a função elétrica do coração. Desde
a década de 80, diversas correntes de pesquisa têm buscado embasamento
científico para a teoria que fundamenta o Reiki e outras técnicas de imposição
de mãos.
Todas têm constatado, como efeitos,
sensação de bem-estar, diminuição de sintomas relacionados ao estresse e
sensação de relaxamento.
Há trabalhos que indicam a
técnica no tratamento de ansiedade, depressão e fobias como a síndrome do
pânico. Monezi fala em indicação terapêutica complementar. Isto é, uma terapia
de apoio ao tratamento convencional.
REVISTA ÉPOCA – edição 459
(21/03/2007)
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