As culturas
ocidentais não compreendem o conceito da relação aluno/discípulo e mestre.
Durante milhares de anos a mente ocidental foi moldada por sua moral, suas
línguas e religiões para constantemente questionar, analisar e racionalizar
tudo o que é vivido ou ouvido. Entregar-se a outra pessoa está absolutamente
fora de questão. A palavra guru, por exemplo, embora seja um termo de profundo
respeito nos países asiáticos, é usado como insulto no Ocidente. Esse
pensamento, seguido de suas conclusões lógicas, tem conseqüências
extraordinárias.
No Oriente,
a situação é quase que diametralmente oposta. No Japão, por exemplo, qualquer pessoa que tenha alguma habilidade e a
demonstra abertamente é chamado respeitosamente de Sensei (professor). O título de mestre não está à disposição tão facilmente. Mestre é alguém
que conseguiu dominar a si mesmo, alguém cuja jornada espiritual resultou em
gozo contínuo. Tem muito pouco, ou nada, a ver com uma habilidade ou profissão.
Há apenas duas formas de se conseguir o título de mestre. Ou os
alunos/discípulos de um professor o chamam de mestre por causa de seu profundo
respeito, ou um aluno/discípulo recebe o título do seu mestre, depois de ter
conseguido dominar a si mesmo. Por esse motivo, muitos professores de Reiki não
chamam a si mesmos de mestres para evitar mal-entendidos. A maestria não pode
ser conseguida ou recebida de nenhum modo.
Os alunos japoneses, diferentemente dos ocidentais, são exageradamente
quietos durante um seminário e isso se explica pela cultura tradicional na
relação mestre/aluno. Nos velhos tempos no Japão, estudantes de artes
tradicionais, como por exemplo, o Judô, aceitavam seu mestre com implícita
obediência. Para alunos que pretendiam aprender com seu mestre, rever assuntos
ou fazer perguntas era algo impensável. Para eles, o mestre estava sempre certo
e o que eles diziam era implicitamente aceito. Alunos não conversavam
descontraidamente com seu respeitável mestre, e sempre usavam títulos
honoríficos e agiam formalmente com ele. Há um ditado no Japão que diz: ?Ande
três passos atrás do seu mestre para não pisar em sua sombra?.
A linha entre mestre e aluno era clara. O aluno aprendia fazendo a mesma
coisa que o mestre fazia ou o que ele dizia que devia ser feito. A primeira coisa
que um aluno tinha que aprender era aceitação e obediência. Entretanto esse
relacionamento era muito estreito. Eles eram profundamente unidos e os alunos
continuavam observando seu mestre mesmo quando se tornavam independentes. A
relação continuava pelo resto de suas vidas, mesmo quando seu status era maior
do que o do seu professor.
A relação entre Usui Sensei e seus alunos não foi exceção. Isto foi
especialmente verdadeiro para seus graduados alunos da Marinha, onde a
hierarquia era enfatizada. Não é difícil imaginá-los sentados respeitosamente
diante do Usui Sensei escutando-o. Hayashi Sensei respeitava tanto Usui Sensei,
que nunca mudou nada do que aprendeu com ele mesmo usando seu conhecimento
médico para desenvolver o Reiki.
No Japão de hoje, esse estilo de relacionamento mudou muito, mas em
algumas áreas tradicionais ele ainda é bem visto.
http://www.reikimawashi.com/Aprendendo.aspx
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