Do homem
das cavernas aos tempos atuais, a historia da humanidade é rica em exemplos de
como o caminho do conhecimento é cheio de percalços e desvios, que na maioria
das vezes, nos levaram a cometer atrocidades uns com os outros visando defender
o que então acreditávamos ser a ¨verdade¨. Já acreditávamos que a terra era
plana, e que o velho continente fosse o único mundo existente, até descobrirmos
a América. Já tomamos as forças da natureza como deuses implacáveis prontos a
nos castigar caso não lhes fizéssemos oferendas, e vivemos longos e sangrentos
séculos sob a égide do deus único na era medieval, em nome do qual a
intolerância para com os costumes e a religiosidade do outro mantiveram acesas
as fogueiras da Inquisição.
Uma
pessoa não se torna iluminada imaginando figuras de luz, mas fazendo a
escuridão se tornar consciente.–CARL GUSTAV JUNG
O
diferente sempre nos assombrou, e de acordo com a intensidade do assombro,
respondemos, ou melhor, nos defendemos com maior ou menor hostilidade. Buscamos
justificar nossas atitudes e apaziguar a mente, na razão da moral social e na
vaga sensação de conforto que a voz da maioria nos proporciona, não aceitando
encarar que todos temos medo. Medo do diferente e do que ele possa causar em
nossas “sólidas ilusões” sobre a verdade.
Nosso
mundo tem mudado. Em alguns momentos isso se deu de forma tão rápida que
ficamos meio perdidos por algum tempo. O desenho das fronteiras nos mapas –
mundi mudou. Sugiram novos países, enquanto outros literalmente sumiram do
mapa. A ciencia e as novas tecnologias avançam a passos largos superando a si
mesmo a cada momento, nos oferecendo conforto e melhor qualidade de vida.
Porém, ainda temos muito que caminhar no sentido de democratizar o acesso a
estas novas tecnologias e ao conhecimento a toda a população, e não apenas a
uma parte desta. Este é um grande passo a ser dado pela humanidade, pois o
conhecimento, em qualquer área, traz a luz ao que estava oculto nas sombras,
traz a consciência o inconsciente,seja ele coletivo ou individual, ilumina o
medo e amplia as fronteiras individuais que criamos para nos resguardar do que
nos seja estranho.
O
conhecimento de si mesmo é o caminho através do qual podemos conhecer melhor o
outro. E conhecendo o outro, aprendemos que a diferença é uma premissa da
própria natureza, inata e natural ao ser, ao homem, ao individuo, e que ampliar
e estender as condições para acesso ao conhecimento e nossas fronteiras
individuais é a moda propulsora pela qual cada ser pode desenvolver o melhor de
si, adicionando, assim, sua própria luz a luz do mundo, para que as diferenças
não sejam sinônimo de medo, discórdia, hostilidade e intolerância, mas de
fraternidade, respeito e união no propósito de um mundo mais feliz. Os caminhos
de cada um são os que formam a grande estrada por onde correrá nossa historia,
a história da humanidade. Quando aprendemos a conviver com a diferença, talvez
nossa historia coletiva seja diferente , menos sangrenta, menos intransigente.
Esta é a grande diferença!
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