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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

REIKI NAS MÃOS DA CIÊNCIA



Pesquisas e estudos apontam as vantagens reais deste método.
Acredite: 
o efeito está longe de ser só psicológico

O reiki, técnica de imposição de mãos com a qual se crê ser possível captar a energia do universo e transmiti-la para alguém, era visto com ceticismo pelos cientistas, que não conseguiam mensurar seus efeitos . “Como boa parte da medicina oriental, o método era desacreditado porque não havia instrumentos modernos nem muito interesse em avaliar suas consequências“, diz o médico Paulo de Tarso Lima, de São Paulo.
Mas a evolução da tecnologia e o recente despertar da comunidade científica para um conceito mais abrangente de saúde - a meta é viver bem, e não somente curar males - fizeram o reiki ganhar a atenção dos pesquisadores. Na americana Universidade de Virginia, por exemplo, uma revisão sobre sua influência na contenção da dor em pacientes com câncer ressaltou os resultados positivos.  “São necessários levantamentos adicionais para confirmar os achados, mas a princípio o reiki foi bastante eficiente na redução do incómodo”, concluíram os autores.
Mas será que ele ajudaria a combater o tumor em si?  Segundo um trabalho do psicobiólogo Ricardo Monezi, da Universidade Federal de São Paulo, provavelmente sim. Ele aplicou o reiki em ratos e, na sequência, analisou suas células de defesa. “Em comparação com o grupo de controle, esses animais apresentaram um sistema imune mais agressivo contra a enfermidade. E nem precisamos falar que bichos não acreditam em reiki“, ironiza. Verdade que o nosso organismo não é idêntico ao de roedores, contudo está aí um indicativo do poder da imposição de mãos.
Para testar o verdadeiro potencial da técnica no alívio da tensão, Monezi separou 25 idosos estressados para serem cuidados por terapeutas especializados em reiki. Outros 25 senhores na mesma situação receberiam, digamos, uma terapia falsa – os aplicadores simulavam os gestos e as posições das mãos, mas não haviam sido treinados e nem conheciam direito o reiki. Detalhe: nenhum dos participantes sabia da diferença entre os grupos. “Essa precaução evita que o placebo interfira nos dados encontrados, já que ambas as turmas imaginam estar recebendo reiki, quando somente uma está recebendo para valer”, arremata Monezi.

Depois de oito sessões, Monezi analisou as estatísticas. Parece incrível, mas, embora todos os voluntários tenham relaxado, aqueles tratados por mestres de reiki relataram uma tranquilidade maior e duradoura. Além disso, os músculos da testa desse pessoal ficaram menos rígidos, outro sinal de que o nervosismo foi aplacado.

Alternativa ou integrativa?
O sucesso do reiki não justifica, sob nenhuma hipótese, seu uso no lugar da medicina tradicional. “O ideal é integrá-lo com abordagens convencionais”, reforça Plínio Cutait, médico de São Paulo. Caso contrário, você corre o risco de não receber o tratamento adequado para um problema e, então, complicar-se sem necessidade. E isso, parece claro para todos, também está comprovado pela ciência.
Hipertensão Apoiados em uma metodologia parecida com a de Monezi, investigadores da Universidade de Granada, na Espanha, notaram que sujeitos hipertensos atenuaram o quadro com sessões regulares de reiki. “Também há trabalhos com diabete, epilepsia, depressão...”, conta Monezi. “É óbvio que precisamos de mais informações, porém, ao que tudo indica, a técnica provoca bem-estar em vários níveis“, defende.
Chacras
Para explicar como o reiki funciona, certas teorias mencionam uma energia eletromagnética que seria canalizada pelos terapeutas. Outras sugerem que a física quântica estaria envolvida nesse fenômeno. Independentemente disso, o fato é que alguns pontos-chave do corpo, onde os cuidadores devem colocar as mãos durante uma sessão de reiki – os chacras -, coincidem com importantes glândulas. E talvez, só talvez, a energia atue nesses órgãos, ocasionando um equilíbrio geral.



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